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Alex comemora o gol da classificação para a final da Copa América |
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Era a final tão sonhada pelo torcedor palmeirense. Em 1999, Luiz Felipe Scolari levou a equipe alviverde à decisão do mundial interclubes com o Manchester United. O resultado todos conhecem. Da euforia para a decepção. Da decepção à raiva.
E muita bile foi despejada em Alex naquele dia, injustiçado como o Judas da vontade, aliado de Morfeu.
A raiva com a sonolência de Alex naquela partida transformou-se em conceito. Desses inexplicáveis, que ora se perenizam (time pó de arroz, Fluminense), ora são demolidos (técnico pé frio, Telê Santana). Alex teve realmente jogos apáticos, morosos e a bola só passava por ele, acenava, balançava e clamava por atenção. Mas Alex não ouvia. E o conceito se cristalizou ainda mais. Um craque, mas só quando joga, porque quando dorme...
Alex foi espairecer a cabeça no Parma, da Itália. No velho continente, ainda mais próximo das origens de Morfeu, o jogador teve um sono forçado mais pela inatividade e sonolência dos dirigentes italianos do que a própria. Foi para o Flamengo, a tal da SeleFla ou Super-Fla. E a passagem pela fogueira das vaidades na gávea só não foi pior do que a disputa pela medalha de Ouro em Sidney. Depois da derrota nas quartas-de-final para Camarões, todos tinham a certeza. Na hora de definir, o Alex dorme.
Voltou para o Palmeiras, e com a humildade de quem sempre preferiu andar de ônibus ao luxo dos carrões dos pernas-de-pau ilustres, queria fazer de 2001 um recomeço, refazendo-se do que declarou "a pior fase da minha vida profissional".
E na cobrança de pênaltis contra o Boca Junior lá estava Alex. Pronto pra enterrar aquele conceito encardido. Ele correu para a bola, cabeça erguida, de olho no goleiro. Mas por um capricho, Alex desperdiçou a cobrança e o Palmeiras perdeu a final da Libertadores. E ele teve que engolir aquele renitente bochicho.
Então veio o Cruzeiro, finalmente, para sua glória. Não se sabe se foram os gritos ensandecidos de Wanderley Luxemburgo ou porque foi campeão do começo ao fim, mas é fato que Alex foi o maestro de um time que atropelou os demais e começou a demolir esse conceito.
Assim Alex foi para a Copa América, como o capitão e dono do time na seleção brasileira. Nas primeiras partidas tudo saiu do pé dele. Lançamentos na medida, movimentação constante. Jogador com brio e liderança. E numa auto-ironia deslavada a crítica disse: ora vejam só, e teve gente que dizia que o Alex dormia em campo, ora vejam só.
E diferente do pênalti batido contra o Boca Juniors, Alex estava de cabeça baixa. Nem olhou para o goleiro Vieira do Uruguai. Ficou ali, sozinho, concentrado, ligado no que deveria fazer. E bateu firme. Brasil na final da Copa América contra a Argentina. Alex decide.
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